quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Lendas Serranas

Lenda da Gralha Azul

Há muito tempo atrás, nos campos de Lages, levava-se uma vida tranqüila e pacata. Só as festas, quermesses, casamentos ou pixuruns quebravam a sua monotonia.

Admiradores respeitosos de suas coisas, os serranos se surpreendiam vendo surgir onde menos se esperava, novos grupos de pinheiros, e por mais que o fizessem, não conseguiam explicação para o fato.

Conta-se que num certo tempo, esta gente serrana foi surpreendida por uma forte trovoada Em meio à correria e gritos, recolheram as criações e se abrigaram em suas casas junto ao fogo de chão. Um dos moradores atreveu-se a olhar a tempestade, desrespeitando as crendices populares que dizia ser perigoso olhar a tempestade. Ele viu uma cena jamais vista. Ele conta que no meio da tempestade uma avezinha - a gralha-azul - estava tentando se abrigar da tempestade, e um dos pinheiros gigantescos estirou os seus galhos como braços e acolheu a pobre avezinha. O morador foi correr para chamar o povo para ver, mas um clarão o surpreendeu e disse a ele que era para ele contar a todos o que tinha visto e tomar por exemplo.

Maravilhado o morador passou a explicar às pessoas que era a gralha a responsável pelo aparecimento de tantos pinheiros. Ela enterrava o pinhão para se alimentar no inverno, e esquecendo do lugar onde escondera, ela buscava outros, deixando na terra a semente de novos pinheiros. Fora, portanto, um gesto de gratidão que o pinheiro se envergava para proteger a pobre avezinha. A partir daquele dia todos souberam o porquê dos pinheiros surgirem sem que alguém os plantassem.

Lenda da Serpente do Tanque

Nas segundas-feiras, no tanque, as lavadeiras debruçadas por sobre as tábuas, a torcer as roupas dos senhores coronéis e suas famílias, trabalhavam enquanto batiam aquele papo gostoso do dia-a-dia. Em meio a estes papos, as histórias iam sendo contadas e a lenda do tanque se repetia no palavreado simples das mulheres que ali lavavam suas roupas.

A história contada era de que uma mãe solteira, para encobrir o fruto de sua vergonha, jogara a criança naquele tanque onde estavam a labutar. Estranhamente, todavia, a criança não morrera, mas se transformara numa cobra.

Contavam elas que a cabeça da cobra permanecera ali no tanque e a cauda se encontrava no rio Carahá, estendida em todo o seu percurso. Nossa Senhora, a padroeira de Lages, ciente do hediondo crime praticado pela desnaturada mãe, prendia com os pés a cabeça da moderna hidra ao berço úmido da desgraça mítica, procurando assim evitar que a criança, transmutada em monstro, se revelasse ao mundo. No dia em que a Santa abandonasse esse propósito, a cidade seria totalmente tomada pelas águas, escapando somente a enchente, à cacimba da Santa Cruz. Diversas vezes notou-se verídica a previsão, pois, quando era tirada a imagem da Santa de seu altar, na Catedral, mesmo em procissões, começava a chover torrencialmente, parecendo que o mundo iria se desfazer em água. Porém, bastava retornar a imagem da Santa ao seu altar, que, o sol voltava a brilhar, afastando-se assim a promessa do cumprimento do trágico cataclisma.

O relato das mulheres lavadeiras se espalhou por toda a cidade e o medo se apossou de todos, vindo assim a fazer com que as mulheres nunca comparecessem sozinhas ao tanque, sempre iam acompanhadas ou em grupos. Ninguém se atrevia a passar a noite naquele ermo, porque, ao lado do coaxar dos sapos, ouvia-se plangente e lúgubre, o grito de um ser perdido em angústia e desesperança.


Alcunhas

Boi de Botas

Por razões históricas, os lageanos receberam a alcunha de "Boi de Botas". Durante a Guerra Farroupilha, uma das maiores epopéias da história do Brasil, forças rebeldes aqui proclamaram a República, que acabou tendo uma vida efêmera. O idealismo da luta farrapa que durou 10 anos, e a valentia dos heróis anônimos, marcaram uma importante página na história de Lages.

Em 1839, aqui formaram um pelotão de Cavalaria, que seguiu serra a baixo, para o combate que objetivava a tomada de Laguna. Ao lado dos farrapos, lutaram Giuseppe e Anita Garibaldi. Em pleno combate, os canhões e carroções puxados por bois, atolaram na lama e foram retirados a força pela comitiva lageana, o que provocou o comentário do Comandante David Canabarro ao Coronel Serafim de Moura, que chefiava a expedição: "Seus soldados se portaram com tal bravura e força, como se fossem verdadeiros Bois de Botas". Em vista do civismo e bravura que o originou, "Boi de Botas" é sinônimo de heroísmo, de que se orgulham todos os lageanos.

Ladrão de Cincerro

Sendo Lages, passagem e parada obrigatória de tropeiros e viajantes que levavam tropas de animais para Sorocaba - SP, onde eram vendidos numa feira, e tinham por costume acampar no local onde hoje existe a Igreja de Santa Cruz e a Cacimba. Acampavam e soltavam os animais para pastarem. A rapaziada da Vila, muito brincalhões (característico do lageano até hoje), à noite roubavam os cincerros ou colocavam palha de milho dentro dos mesmos, evitando assim que o tropeiro escutasse o barulho.

Muitas vezes os tropeiros pela manhã ao tentar reunir a tropa para seguir viagem, não conseguiam localizar os animais, pois não escutavam o som dos cincerros. Enquanto a rapaziada lageana escondida, davam grossas gargalhadas, atrás das moitas. Assim levaram a alcunha de Ladrão de Cincerro.

Turismo

Lages - SC Lages preserva o sentimento de amor pela terra e o legado intocável dos campos nativos, formados por coxilhas, com taipas centenárias e rios de águas puras e límpidas. É detentora de excelentes índices de qualidade de vida e de um diversificado parque industrial, comercial e de serviços. Conhecida como Capital Nacional do Turismo Rural, é ainda mais atraente no inverno, quando fortes geadas e nevascas criam cenários inesquecíveis para os turistas. Promove anualmente a Festa Nacional do Pinhão, fruto da araucária, árvore abundante na região.

Turismo Rural: Lages conta com inúmeras fazendas abertas para o turismo rural. Destaque para a Fazenda do Barreiro, que tem uma cozinha de chão batido e um museu histórico onde são guardados documentos e objetos de mais de 100 anos. Para chegar na fazenda é necessário atravessar um rio, passando por uma ponte pênsil, cenário que se encaixa com perfeição na bucólica paisagem rural. Outro destaque é a Fazenda Nossa Senhora de Lourdes, que tem instalações para acolher 10 hóspedes, mas que se diferencia pela construção original em madeira, um tributo à valorização das tradições, e pela presença de uma ampla biblioteca, com exemplares raros, acumulados ao longo dos 158 anos de existência da fazenda. Ainda existe a Fazenda Pedras Brancas, pioneira do turismo rural; a Fazenda Refúgio do Lago, com piscina natural e um restaurante aberto ao público, com música ao vivo; a Fazenda Dourado, no antigo Caminho das Tropas; o Hotel-Fazenda Boqueirão, a 8 km do centro; a Fazenda Ciclone, 43 km ao sul de Lages, e a Fazenda Aza Verde, de propriedade de descendentes de italianos, localizada às margens da antiga BR-2, a 7 kmn do centro e que tem 12 açudes para pesca artesanal. Em todas as fazendas há conforto, bons serviços e, geralmente, estrutura para eventos.

Patrimônio Histórico: Visite a Catedral Diocesana Nossa Senhora dos Prazeres, de 1922; o Colégio Vidal Ramos, de 1913, o maior, mais confortável e moderno colégio do Estado à época; a Igreja Santa Cruz, na Colina de Santa Cruz, local de encontro dos antigos tropeiros; a Cacimba de Santa Cruz; o Memorial Nereu Ramos; o Monumento a Antônio Correia Pinto, uma escultura de 3m de altura, de autoria do artista lageano Agostinho Malinverni Filho, fundida em bronze e pesando meia tonelada; o Museu Thiago de Castro; o Museu de Arte Agostinho Malinverni Filho e o Prédio da Prefeitura Municipal, de 1902, construído em moldes italianos e adaptado ao estilo das construções oficiais brasileiras. Conheça também o Parque Jonas Ramos, popularmente chamado de Tanque, o Calçadão da Praça João Costa e a Praça Joca Neves. Na zona rural, visite o Parque das Pedras Brancas.

Parque Jonas Ramos Natureza: Confira o Parque Ecológico, que concentra mais de 8.000 araucárias em 2.000.000m2 de área preservada; o Salto do rio Cachoeiras, formado por um grande lago, barragem, cascata e área verde. Trata-se de um local aprazível para pesca e descanso, localizado a 20 km do centro, em direção a São José do Cerrito, próximo à antiga Usina Hidrelétrica do Caveiras.

Cultura e Eventos: A cidade promove diversas festas ao longo do ano. A Festa Nacional do Pinhão é o maior evento da região serrana e o mais bem freqüentado. Realizado em junho, tem atrações como a Sapecada da Canção Nativa, festival de música, concurso de danças gaúchas, poesia, shows com artistas famosos, rodeios, churrasco e chimarrão. A ExpoLages, realizada em outubro, também é um grande evento regional – a maior feira agropecuária do planalto catarinense -, com exposição de animais, produtos e implementos agrícolas, enriquecida com manifestações culturais e folclóricas.

Destaque: Turismo rural, segmento no qual Lages é pioneira no País. Em hospedagens rústicas, os visitantes podem aproveitar o dia-a-dia de uma fazenda, experimentar a lida campeira e ser recebidos como visitantes pelas famílias. Nos restaurantes das fazendas são comuns as refeições típicas, iniciadas ao toque do sino, para chamar os convidados. Ao lado do restaurante costuma ficar o fogo-de-chão, onde sempre existe água quente para o chimarrão ou uma panela de ferro com pinhões para cozinhar.

Com uma beleza exuberante o salto do rio caveiras e um dos lugares mais visitados pelos lageanos e visitantes de outras localidades , Dando destaque para festa do lambari um festival de gastronomia onde sao preparados os mais variados tipos de pratos tipicos da regiao serrana ; usando lambari como prato prinçipal.

Historico de Lages s/c


A História de Lages inicia-se em 1766, quando o governador da Capitania de São Paulo - antiga proprietária da região - incumbiu o bandeirante Correia Pinto de fundar um povoado. A localidade devia servir como defesa contra a invasão dos castelhanos que cobiçavam as terras, ao mesmo tempo em que oferecia proteção aos tropeiros e viajantes que cruzavam o Planalto Serrano transportando gado do Rio Grande do Sul para São Paulo.

A fundação do povoado de Nossa Senhora dos Prazeres dos Campos das Lajes foi oficializada em 22 de novembro de 1766. Em maio de 1771, a povoação foi elevada à categoria de vila, permanecendo assim até 1820, quando foi desanexada de São Paulo e passou a fazer parte de Santa Catarina. O antigo nome só foi substituído por Lages em 1960.

  ©Template Blogger Elegance by Dicas Blogger.

TOPO